Alunos da EEB Prof. Clélia S. BodaneseConhecendo textos... Trabalhando com Bulas; releitura e depoimentos impressionantes...a maioria não lê as bulas e nem sabia que é um texto. Uma pesquisa realizada com os pais, revela que a bula não faz parte das informações... Simplesmente o remédio é aberto e ingerido. Profe:Solange


Autora: Roselene dos Anjos
Ao introduzir o conceito de “gêneros do discurso” como “tipos relativamente estáveis de enunciado”, Mikhail Bakhtin (1992) permitiu-nos compreender nossas “práticas de linguagem” (os textos orais, escritos ou imagéticos que produzimos nas comunicações), como fenômenos sociais concretos e únicos, constituídos historicamente nas atividades humanas e caracterizados por um “esqueleto” mais ou menos estável. Passamos a compreender também que todas as esferas de atuação humana exigem práticas de linguagem para existir, ou seja: sem linguagem, oral, escrita ou imagética não há ação humana.
O gênero só existe relacionado à sociedade que o utiliza, pois sua constituição está tão determinada à situação social de interação quanto às suas propriedades formais. O contexto situacional e as esferas de atividade produzem gêneros diferentes em função das normas socioideológicas que os condicionam. A resenha acadêmica e a resenha publicada em jornais e/ou revistas de grande circulação, embora conservem traços formais comuns, são gêneros distintos por estarem condicionados a situações diferentes de comunicação: finalidades, interlocutores,
suportes etc.
Outros exemplos de gêneros que sofreram mudanças poderiam ser comentados aqui (principalmente aqueles que, como as bulas, envolvem direitos do consumidor: rótulos de produtos, anúncios de promoção em lojas, manuais de instrução etc) e poderiam ser objetos de análise e estudos nas nossas salas de aula, afinal, além de instrumentos para o ensino da língua, estes estudos servem também como exercício da cidadania. Que tal levar esta proposta para a escola e movimentar os alunos para exigirem seus direitos?